segunda-feira, 1 de abril de 2019

Visita anual ao colégio Sion - São Paulo

Mais um ano que temos o prazer de conversar com os alunos do 6º do Colégio Sion. Vamos ao colégio desde 2013. O livro foi adotado para ajudar os alunos a melhorarem sua organização para o estudo e para a vida. A coordenadora do Fundamental II, Sandra Giannoccaro, desde o início acreditou na nossa proposta e tem utilizado o livro pessoalmente em sala de aula. Um projeto que muito nos orgulha e pelo qual temos gratidão.

Todos sabem que dormir bem é fundamental para a saúde. No caso das crianças e adolescentes, ainda ajuda no desenvolvimento intelectual e biológico

Por Marilucia (Milu) Ramiro
em : Por Milu Ramiro - https://curitibadegraca.plural.jor.br - agosto de 2018



Quando vou a escolas conversar com alunos sobre a importância da organização para uma melhor qualidade de vida, um assunto que sempre vem à tona é o tempo e a qualidade do sono. Organizar a vida de uma forma que ganhemos mais saúde, passa, necessariamente, pela organização dos horários, por consequência, o tempo em que uma pessoa tem para dormir.

Uma boa noite de sono é uma necessidade para crianças e adolescentes terem um bom desenvolvimento intelectual, físico e para a saúde de uma forma geral. Muitos especialistas confirmam o que nossas sábias avós já diziam: “nada como um dia atrás do outro e uma boa noite de sono no meio”. Estudos têm demonstrado que o ideal são nove horas de sono tranquilo para que o adolescente tenha um dia saudável e produtivo. Mas, na prática, sabemos que esse tempo de sono é cada vez menor.

Pesquisas demonstram como o sono faz falta
A revista Educar para Crescer publicou um artigo a respeito do sono de adolescentes que mostra algumas pesquisas feitas a respeito do tema. Em certo trecho do artigo é mostrado um trabalho-piloto do Hasbro Children’s Hospital, de Rhole Island, nos Estados Unidos, que propôs a uma pequena escola que retardasse em meia hora o horário de entrada dos alunos, prorrogando-o das 8h para as 8h30.

O resultado confirmou o que os médicos já esperavam: os minutos adicionais de sono garantiram benefícios para o estado de alerta, o humor e a saúde geral dos teens. Em outro trabalho americano, pesquisadores da Robert Wood Johnson Medical School, de Nova Jersey, mostraram que aquela sonolência diurna de muitos adolescentes está associada a um risco três vezes maior do jovem apresentar sintomas de depressão.

No Brasil, uma pesquisa realizada pelo Instituto Glia, de Ribeirão Preto, no interior paulista, ouviu pais de quase 6 mil jovens, entre quatro e 19 anos, em 17 Estados, mostrando que cerca de 30% das crianças de quatro a 12 anos dormem menos que o recomendado para a idade.

Esse mesmo estudo ainda mostrou que os jovens que dormem mais de oito horas por noite têm o dobro de chance de ter bom desempenho escolar e bons índices de saúde mental. Marco Antonio Arruda, diretor do Instituto Glia, explica que o conceito de saúde mental adotado vai além de não ter uma doença. “É um estado de bem-estar, no qual a pessoa está apta a superar as dificuldades da vida, estudar e trabalhar de forma produtiva. ”

“As noites maldormidas podem acarretar também problemas de estatura em adolescentes, por causa da alteração na produção do hormônio do crescimento que acontece durante o sono e é responsável pelo estirão da puberdade.”, explica a neuropediatra Márcia Pradella-Hallinan.

“Já para cama, menino!”
Os problemas de nota baixa ligados à falta de sono têm a ver com a fadiga dos neurônios responsáveis pelo raciocínio. Se os neurônios do nosso sistema nervoso não estiverem descansados, vão comprometer a memória, a atenção e a percepção.

Por causa de tudo isso, organizar o dia, deixando horas para um bom descanso é essencial, assim como também é essencial que os pais e responsáveis pensem em maneiras de inibir um pouco o uso dos eletrônicos para crianças pequenas, para que não adquiram desde cedo o hábito de dormir pouco

Os fatores emocionais também podem afetar o modo como você organiza ou bagunça as suas coisas. É preciso buscar um equilíbrio para não afetar o dia a dia



Por Marilucia (Milu) Ramiro

Nós somos pessoas singulares, cada um é um com os seus dons, habilidades e até hábitos. Muitos de nós têm o prazer nato de ver tudo à sua volta extremamente organizado, cada coisa em seu lugar da mesma forma sempre. Outros de nós já preferem algo mais solto, roupas espalhadas, às vezes, para guardar depois, mudar objetos de lugar, etc. Existe, sim, a bagunça sadia, mas também existe a problemática. A bagunça sadia pode mostrar espontaneidade, descontração e até certa criatividade. É importante para artistas em um processo criativo, quando cozinhamos ou quando brincamos com os filhos. Porém, quando a bagunça é um estado permanente, se torna um problema. Com ela guardamos energias negativas, perdemos qualidade de vida, adotamos a forma relaxada de ser em todas as esferas da vida.

É necessário sempre buscar o equilibro, até mesmo para a bagunça e organização. O excesso de bagunça causa caos, baixa autoestima, baixa produtividade e desvalia. Já o excesso de organização também pode ocasionar problemas como rigidez, estresse e TOC (Transtorno Obsessivo Compulsivo).

Por outro lado, quando aplicamos em doses corretas, sem excesso, tanto a bagunça como a organização geram sensações muito boas em nossas vidas. Bagunça em pequenas doses, em momentos específicos, causa liberdade, criatividade, leveza e flexibilidade. Já a organização leva ao método, limpeza, proatividade, autonomia e desenvolvimento.

Em muitos momentos da vida, percebemos que nosso ambiente fica mais bagunçado, relaxamos nos cuidados e, na maioria das vezes, não encontramos explicação para esse estado de relaxamento e descuido. Procuramos a culpa fora, na falta de tempo, no outro, no espaço pequeno, etc. Não percebemos que esse ambiente é apenas o reflexo de como estamos, do que estamos vivendo.

Em seu livro “Elogio à Disciplina”, Bernhard Bueb afirma que organização externa leva à organização interna e o mesmo acontece ao contrário, ou seja, a organização externa também depende de como estamos organizados internamente, com nossas emoções e sentimentos.

Nesses momentos é importante pararmos para avaliar o que está acontecendo de real em nossa vida e em nossas emoções, o que estou sentindo, como estou conduzindo minha vida. Talvez com essa análise seja possível perceber que está tudo bagunçado, sem caminho certo, sem foco.

Alguns fatores que podem contribuir para uma bagunça sem explicação aparente:

– Depressão – não é apenas um sentimento, mas um desequilíbrio químico no cérebro. Pessoas que sofrem com distúrbios de depressão apresentam uma tristeza profunda, perda de interesse generalizado e falta de ânimo, podendo levar a pessoas a se desinteressar em arrumar e organizar seu ambiente.

– Angústia – algumas pessoas, em determinados momentos da vida, se sentem acolhidas ao verem fotos ou pertences de amigos ou parentes que não estão mais presentes e tendem a acumular essas fotos, objetos e outros pertences desses entes queridos. Esse acúmulo de objetos acaba gerando acúmulo de tralhas inúteis, que trarão mais trabalho para limpeza e necessidade de mais espaço. Nesse caso, o ideal seria guardar poucas recordações físicas e deixar as lembranças para a memória e o coração.

Buscando ajuda para resolver algumas angústias e sofrimentos internos, com certeza, logo você conseguirá refletir a resolução dessas questões em seu ambiente físico. Nesse caso, falo de situações pontuais. Na vida em geral, podemos desenvolver e praticar o hábito da organização equilibrada para chegarmos a uma melhor qualidade de vida e, com certeza, uma maior qualidade de vida emocional também. Tente mexer na sua bagunça e verá que terá resultados surpreendentes em todas as esferas da vida.
Publicado no site: https://curitibadegraca.plural.jor.br em outubro de 2018