segunda-feira, 1 de abril de 2019

Os fatores emocionais também podem afetar o modo como você organiza ou bagunça as suas coisas. É preciso buscar um equilíbrio para não afetar o dia a dia



Por Marilucia (Milu) Ramiro

Nós somos pessoas singulares, cada um é um com os seus dons, habilidades e até hábitos. Muitos de nós têm o prazer nato de ver tudo à sua volta extremamente organizado, cada coisa em seu lugar da mesma forma sempre. Outros de nós já preferem algo mais solto, roupas espalhadas, às vezes, para guardar depois, mudar objetos de lugar, etc. Existe, sim, a bagunça sadia, mas também existe a problemática. A bagunça sadia pode mostrar espontaneidade, descontração e até certa criatividade. É importante para artistas em um processo criativo, quando cozinhamos ou quando brincamos com os filhos. Porém, quando a bagunça é um estado permanente, se torna um problema. Com ela guardamos energias negativas, perdemos qualidade de vida, adotamos a forma relaxada de ser em todas as esferas da vida.

É necessário sempre buscar o equilibro, até mesmo para a bagunça e organização. O excesso de bagunça causa caos, baixa autoestima, baixa produtividade e desvalia. Já o excesso de organização também pode ocasionar problemas como rigidez, estresse e TOC (Transtorno Obsessivo Compulsivo).

Por outro lado, quando aplicamos em doses corretas, sem excesso, tanto a bagunça como a organização geram sensações muito boas em nossas vidas. Bagunça em pequenas doses, em momentos específicos, causa liberdade, criatividade, leveza e flexibilidade. Já a organização leva ao método, limpeza, proatividade, autonomia e desenvolvimento.

Em muitos momentos da vida, percebemos que nosso ambiente fica mais bagunçado, relaxamos nos cuidados e, na maioria das vezes, não encontramos explicação para esse estado de relaxamento e descuido. Procuramos a culpa fora, na falta de tempo, no outro, no espaço pequeno, etc. Não percebemos que esse ambiente é apenas o reflexo de como estamos, do que estamos vivendo.

Em seu livro “Elogio à Disciplina”, Bernhard Bueb afirma que organização externa leva à organização interna e o mesmo acontece ao contrário, ou seja, a organização externa também depende de como estamos organizados internamente, com nossas emoções e sentimentos.

Nesses momentos é importante pararmos para avaliar o que está acontecendo de real em nossa vida e em nossas emoções, o que estou sentindo, como estou conduzindo minha vida. Talvez com essa análise seja possível perceber que está tudo bagunçado, sem caminho certo, sem foco.

Alguns fatores que podem contribuir para uma bagunça sem explicação aparente:

– Depressão – não é apenas um sentimento, mas um desequilíbrio químico no cérebro. Pessoas que sofrem com distúrbios de depressão apresentam uma tristeza profunda, perda de interesse generalizado e falta de ânimo, podendo levar a pessoas a se desinteressar em arrumar e organizar seu ambiente.

– Angústia – algumas pessoas, em determinados momentos da vida, se sentem acolhidas ao verem fotos ou pertences de amigos ou parentes que não estão mais presentes e tendem a acumular essas fotos, objetos e outros pertences desses entes queridos. Esse acúmulo de objetos acaba gerando acúmulo de tralhas inúteis, que trarão mais trabalho para limpeza e necessidade de mais espaço. Nesse caso, o ideal seria guardar poucas recordações físicas e deixar as lembranças para a memória e o coração.

Buscando ajuda para resolver algumas angústias e sofrimentos internos, com certeza, logo você conseguirá refletir a resolução dessas questões em seu ambiente físico. Nesse caso, falo de situações pontuais. Na vida em geral, podemos desenvolver e praticar o hábito da organização equilibrada para chegarmos a uma melhor qualidade de vida e, com certeza, uma maior qualidade de vida emocional também. Tente mexer na sua bagunça e verá que terá resultados surpreendentes em todas as esferas da vida.
Publicado no site: https://curitibadegraca.plural.jor.br em outubro de 2018

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